O que você quer saber sobre História?



Este blog tem como objetivo discutir História, postar artigos, discutir assuntos da atualidade, falar do que ninguém quer ouvir. Então sintam-se a vontade para perguntar, comentar, questionar alguma informação. Este é um espaço livre para quem gosta de fazer História.

terça-feira, 23 de junho de 2015

“69”

                                                     
        Acabo de estacionar na gare chamada “69”.
        Tem sido uma longa e estafante viagem até alcançar essa gare, onde desembarco de mala e cuia, alforje e samburá para curtir esperados 365 dias a ver se alcanço outra estação, a “70”.
         No meu trem, muitos apressados desembarcaram, outros se acidentaram pela viagem cansativa, outros tantos desistiram de viajar na hora h sendo a motivação variada e inexplicável, pertencendo aos desígnios do Criador. 
         Não sei o porquê, e, como permanecerei aqui na estação “69”, mas desconheço e, até sou indiferente, se completarei o tempo de espera dos exatos 365 dias para desembarcar em outra estação. Sei que no meu trem repleto de passageiros, ocorrem desembarques a toda hora e em cada estação, sendo que o trem carrega outros tantos que embarcam e iniciam sua viagem. Muitos esquecem que são meros turistas a observar e fotografar imagens e paisagens, outros nem alvitram de que jamais retornarão ao ponto de origem, outros não desconfiam de que as estações podem abruptamente se distanciar e jamais alcançam determinados pontos.
         O número “69” possui alguns significados engraçados, especialmente um de conotação sexual que santos e pecadores cometeram um dia, vão cometer ou sonham em cometer. O número aqui referido é o de tempos inexoráveis, anos vividos por este miserável pecador e agradecido a Deus por tê-los alcançado. Jamais comemorei uma data chamada “natalícia”, ou ainda aniversario, pois nunca aceitei comemorar a chegada de velhice, cãs e cabelos esbranquiçados como neve sobre o teto humano, assim como a quebra de nervos e músculos decaídos pela voragem e perspicácia do tempo.
          Também nunca pintei os cabelos, nunca neguei ou escondi os anos, mesmo porque as pelancas na cara e adjacências, certamente me denunciariam inexoravelmente, nem economizei vida como se fosse uma caderneta de poupança, não poupei caminhadas nem andanças, nem preservei sequer um tostão de vida em economia impossível de tempo e vida.
          Mantive valores como os familiares, fui bom filho e me tornei um excelente pai e avô, fiz pouquíssimos amigos que se contam nos dedos da mão esquerda, mantive a integridade da vida e da existência, não defraudei a ninguém, jamais roubei ou furtei um tostão e, sobretudo alcancei, porque fui escolhido e salvo pela misericórdia do meu Senhor diante de quem comparecerei um dia, Justo Juiz da eternidade a contar os meus dias quando a trombeta ecoar, no seu estrondear pelas montanhas da existência, não devendo nada aos meus contemporâneos.
          Assim, devo declarar que mantive e estarei atento para manter mãos limpas nos meus 365 dias nesta estação “69” - na indiferença se alcançarei a estação “70”.
          Quanto mais, aquele abraço.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

“DEVASSIDÃO À BRASILEIRA”

                               
        A mídia abiu espaço, mais uma vez, para mostrar ao mundo a lassidão social e familiar, o afrouxamento e a devassidão, o aluimento moral e dos bons costumes por que está a passar e a experimentar como atesta está sofrendo o nosso país. Tratamos aqui única e exclusivamente do que se denominou chamar de “Parada gay”, essa excrescência que o afrouxamento dos nossos conceitos de civilidade e temperança se permitiu alcançar, em que as raias do absurdo e da devassidão moral e espiritual são lançadas ao mundo e para o mundo como valores nossos cultuados e protegidos pela sociedade brasileira.
         São Paulo mais uma vez liderando o que de pior existe, apresentou seus “invertidos” em meio a mais sórdida balbúrdia, em que a abominação enchendo os sonhos dos seus patrocinadores e aproveitadores se lançaram na voragem da carne a demonstrar o quanto somos povo desvestido de sãos princípios, além do quanto somos fadados à imoralidade e a ausência de culto ao sacro, permitindo, na infame passeata dos amorais e devassos a quebra de símbolos como a “Cruz de Cristo”, e, o quanto avançamos na enxurrada dos devassos e dos destruidores de conceitos, abaixando e rebaixando o que de mais puro e sagrado temos como a religião e a família.
        Causa-nos espécie assistirmos famílias levando seus bebes e crianças sobre os ombros, permitindo entre tantas expressões de imoralidades, homens barbados ou não se beijando e se entregando ao frenesi das paixões, à volúpia incontrolável da carne e dos mores desatinados dos becos e esquinas, dos lupanares reunidos em céu aberto para a infâmia coletiva e desgraça moral de nosso povo, dando ocasião a que mulher com mulher se beijando e se agarrando em expressões explícitos sexualmente, em meio a praça e durante o percurso da passeata, enquanto se jacta, vazio das concepções, ocas de significados, como sendo o” Brasil o maior país católico do mundo”, mas que entreabre a porta da hipocrisia para podermos declarar que somos, sim, um país de viciados e baqueados moralmente, uns mendigos exaltados de sem-vergonhice, e, que sobra para além das fronteiras o verdadeiro significado dos seus homens púbicos e suas lideranças.
        Bem verdade no Brasil a palavra “homofobia” e “homofóbica”, ardilosamente e estrategicamente criadas para gerar pavor e amedrontar pessoas que ousam lançar e demonstrar seus “conceitos” parece cedeu lugar aos “preconceitos”, em que se vitimizando, os pederastas e os seus asseclas aproveitadores das mazelas sociais e das doenças morais, se assulam contra os honrados, contra aqueles que ainda ousam e podem pensar e expressar sua contrariedade contra este estado de miserabilidade moral que o Brasil, na infeliz quadra existencial está a experimentar.
        Não é à toa que nossos homens aqui incluídos os mais altos e eminentes representantes possuem a fama de serem os mais corruptos e ladinos da vida, os mais cabotinos, gozarem da desconfiança total dos concidadãos, além de ser os mais capazes de vender a pátria, os indesejáveis perante as nações civilizadas, chegando a sermos considerados putrefatos e indesejáveis perante outros homens de outras nações, em que a libertinagem confundida com liberdade se projeta e toma ares de suas práticas “normais”, perdendo, assim, a capacidade de discernirmos entre o “certo e o errado”, entre o aceitável e o não aceitável”, sendo até perseguidos e dilapidados todos os que não rezam pela cartilha da devassidão dos imorais e pervertidos gays.
        Noticiado na imprensa fartamente, a denuncia chega a ser irritantemente e desabonadora para os ditos “homens públicos”, fantoches governantes de uma nação apodrecida e acéfala, nadando em meio ao excremento das suas concepções e assanhando infames e miseráveis pervertidos morais contra os que, ainda em meio a rasgos de defesa dos bons costumes se levantam com riscos até da própria vida contra o estado de coisas.
         E ficamos a pensar o que seria daqueles abomináveis gays e lésbicas se estivessem no mundo islâmico, se eles ousariam ofender expressões da fé daqueles povos misturando o sagrado, tocando sequer na pretensa imagem de Maomé, com crucificações como se fosse Cristo, a desfilar entremeados por vadios, vadias e abomináveis a se agarrar e a se beijar em acinte terrível e insuportável.
         Não sei se já não é chegada a hora de levantarmos, nós os homens que ainda primamos pela defesa da família e dos valores que sempre nortearam a família, para darmos cabo a esse estado miserável de coisas. Não sei mesmo se não é chegada a hora para demonstrarmos verdadeira “fobia” perseguindo e caçando essas abominações, enfiando-os nas cadeias, abarrotando presídios e ensinando-lhes lições “fundamentalistas”, pois, não entendo como a defesa dos princípios bíblicos, familiares, e, religiosos, ainda permanecem no limbo tímido da posição dos evangélicos, na tolerância desmedida.
        Não sei mesmo se já não é chegada a hora de banirmos os simpatizantes e praticantes levando a cabo uma guerra verdadeiramente santa, em vez de permanecermos a receber em nossas vistas todas as infâmias que nos aquietam e nos afastam das decisões de dizer a essas minorias barulhentas e devassas que não podemos mais suportar a inércia e a omissão desses palhaços que dirigem essa nau de insensatos rumos aos precipícios dos mares, a nos afoga e a nos desesperar, por ausência de timoneiros. Brasil sem governo, sem homens e sem moral. Brasil das concepções invertidas, dos desrespeitos e das libertinagens perdido em meio ao mais negro e cruel desespero moral.

         Tudo isso e mais algumas coisas, sem temer, naturalmente, a pecha desmerecida de homofóbico.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O QUE É A FÉ?

                                            

 Segundo Hebreus capítulo 11 versículo 1 é “O firme fundamento das coisas que não se vê mas, se concretizam”.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

SONHOS MORTOS

                                    
      Alguém já disse, com muita propriedade, que o homem morre quando perde a capacidade de sonhar. Verdade. De fato, a capacidade de sonhar é inata na espécie humana. Mas, nos  parece que essa capacidade deixou de existir, ou simplesmente encontra-se em profundo estado de hibernação.
        O século XX embalou a todos os jovens, ou pelo menos grande parte da juventude que passou a alimentar o sonho do socialismo, da realização da sociedade e suas relações, onde se preconizava, se ensinavam  e se pregava o bem estar como aspiração máxima e expressão da felicidade como sonho de realização humana.
         Pelo sonho da implantação do socialismo no mundo toda a sociedade parecia se redimir de seus pecados, e, buscava consertar seus defeitos que a sociedade e as gerações passadas experimentaram. Vieram as revoluções e as guerras, a exemplo da Primeira Grande Guerra cuja conflagração trouxe à tona problemas existenciais, aflorando as grandes dificuldades dos homens viverem e se adaptarem a um mundo de paz e concórdia, colhendo os frutos da riqueza acumulada, pelas populações e pelas classes produtivas, a dominação, e, escravização das nações sob o tacão  da exploração capitalista, o crescimento das fonte de produção e a exploração das populações e nações por grupos cada vez mais reduzidos e fechados, a acumulação poderosa de bens e capitais, a não distribuição de rendas e produção, a crescente mecanização e concentração de rendas, e a concentração cada vez mais poderosa dos bens sociais em mãos do capital internacional e  aprofundamento das desigualdades sociais, das mais poderosas, surgindo corporações e organizações econômicas, as disputas por terras, os assassinatos no campo, mas que, não obstante,não logrou a libertação e reconhecimento de independência de outras, saindo do jugo e da opressão.
         O que se verifica no mundo cada vez mais globalizado são o crescimento do capital e a exploração do homem pelo homem, o enriquecimento desmedido sem a devida remuneração, a concentração do capital em praças dominadas por grupos políticos e economicamente fortalecidos pelas leis criadas por parlamentos cada vez mais submissos e subjugados, enquanto as massas, países inteiros e populações, vivem e estão obrigadas a cederem, via governos locais e sem o compartilhamento de bens e capitais, aquilo que a terra zelosamente lhes proporciona, enquanto a corrupção e a ganância das corporações e companhias econômicas, contando com as simpatias dos governantes e das classes dominantes, estabelecem mecanismos e políticas que alijem a humanidade, sustentadas por sistemas justiciais desfavoráveis, mesmo submetidas ao capital, garantindo, desse modo, as mais vis formas de dominação e escravização legalizada das nações.
         A derrocada do sistema de leis e legislativo, a omissão dos governantes e a entrega das riquezas ao capital exploratório gerando a descrença e a ausência, até mesmo  de uma vontade de lutar, pela ausência de exemplos dignos e pelo desaparecimento de estadistas que consigam frear e brecar, justamente pelos sistemas de descrenças na capacidade de remodelar e consertar o estado de coisas que se verifica no mundo.
         Quando se pensava que o homem apos o estabelecimento do socialismo tinha alcançado, enfim, a sua libertação espiritual, social e econômica com a satisfação dos seus sonhos e aspirações, eis que o mundo lança mão da Segunda Grande Guerra mundial matando e extirpando, em nome de concepções filosóficas, políticas e econômicas, milhões de almas obrigadas ao sacrifício dos campos de batalha.
        O maior sonho, indubitavelmente da mocidade foi embalado pelo estabelecimento de outro sonho, o socialismo, no mundo. Por essa filosofia política o mundo conseguiria extirpar finalmente a miséria e alcançar a liberdade, então preconizada e elevada ao grau máximo da sua importância, aspirações maiores da humanidade em todos os tempos.
           O socialismo ou comunismo como queiram e prefiram alguns, fadou ao buraco das decepções da história. Nada resolveu. Mas todo jovem ou pelo menos grande parte da juventude sonhou e embalou seus sonhos, balizado pelas idéias libertárias que, por sua vez, sacudiram o mundo em guerras internas. A pergunta inquietante parece ser: e a juventude atual, sonha com o que mesmo?
          Hoje, quando olhamos ao nosso derredor, vemos uma mocidade sem sonhos, na aridez dos descampados e dos órfãos existenciais, chafurdada em todos os tipos imagináveis e inimagináveis de vícios, a torpeza de caráter, a criminalidade crescente, as casas de recuperação, que se pretende sejam abarrotadas de criminosos juvenis que, desde cedo, desarvorados de sonhos, inclusive dos seus pais e parentes, se lançam ao mundo das conquistas facilitadas pelas armas e pela pregação de uma sociedade consumista e sem educação, o analfabetismo crescente, a ausência de sonhos, a delinquência que cresce assombrosamente, a ausência de sonhos e de perspectivas.

          Aonde estão os nossos sonhos?

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A MORAL COMO PREOCESSO EDUCACIONAL

                 

           1982. Estou sentado dentro do ferry boat, aguardando a partida para Salvador, eis que entra esbaforido um tenente emissário que estava em meu encalço desde a cidade de Santo Antonio de Jesus. Representando um grupo político, o mesmo me fez ver que fora escolhido para ser promotor público, cuja prova seria dia seguinte. Presente de um senador biônico. O candidato escolhido não necessitava ser aprovado, tudo quanto dele seria exigido, seria apenas a assinatura na prova. Eis que hoje, eu deveria estar recebendo uma aposentadoria vultosa, em vez dos caraminguás que recebo como professor do Estado da Bahia aposentado, além de receber escárnios de pessoas que conhecem a minha história de vida.
         Dentro das considerações do tenente portador da notícia, eu não deveria sentir nenhuma preocupação que era apenas “carta marcada”. “Pois é certo, Doutor Max, que o cargo é nosso”.
          O degas aqui lhe respondeu: “Não; não acho justo. Recuso. Já imaginou quantos estão estudando e se matando para serem aprovados? Vem-me agora essa coisa de apadrinhamento? Não; diga ao chefe que eu agradeço, mas não aceito”. O portador, desalentado, retornou para escolher, certamente, outro que ficasse feliz com a prebenda. Não tem sido assim na Bahia e em outros Estados da Federação, nos concursos púbicos viciados, naqueles em que somente filhos de juízes e desembargadores passam em concursos, apadrinhados políticos e outros bandidos,quando sabemos serem, na maioria pobres desconhecedores das leis?
          Anos mais tarde fui preterido pelo chefe político, dessa vez não se exigia concurso, mas aprovação aberta, para outro cargo de confiança no Estado. Dizia ele “que não podia ser o Max porque é um homem sério demais”.
         Mina vida é assim recheada de coisas pequenas e grandes que denotam que meus pais me ensinaram moral. Esta pode muito bem ser ensinada. Ensinei aos meus filhos. Se os pais ensinassem aos seus filhos não veríamos essa terrível praga assolando o país, aonde a corrupção alcança níveis astronômicos, o homem decente tem até vergonha da honestidade, se acha um bobão de botas, cara de paisagem, um tolo diante de pessoas “vencedoras”, mulheres e filhos visitando anualmente a Europa, pilotando lanchas e carrões de luxo, vivendo nababescamente.  
           Enquanto esses ricos apodrecidos vivem as delícias de vidas fáceis sustentadas pela corrupção, pela ganância, e, pela ausência de vergonha, com seus discursos de “que venceram pelos seus méritos”, você só tem de dar aquele sorriso maroto pelo canto da boca, ironizando esses infames, uma vez que sabem que estão ocupando lugares imerecidamente, seja por papai ser do meio, seja por ter-se perdido nas facilidades das licenciosidades da vida, seja por ser um invertebrado infame que é, seja por pertencer mesmo aos escaninhos do diabo, meninos e meninas pobres das zonas mais conflagradas de miserabilidade retornam das escolas sem merenda escolar, nos hospitais pessoas morrem nas filhas intermináveis, remédios do SUS apodrecem nos depósitos, políticos enriquecem; secretários e bandidos mais chegados formam patrimônios de milhões, organizam-se em quadrilhas especializadas para roubar, fraudar e dilapidar bens públicos e privados. Vejam os retratos eles. Quase sempre e sempre homens públicos, Desde o juiz togado vendendo sentenças, seja empenando ações em favor dos amigos e camaradas dos tapinhas nas costas, dos bajuladores, dos xeretas, enfim daqueles que tecem loas baratas e desmerecidas enchendo egos e cérebros apodrecidos.
         Existem aqueles que oferecem mulheres e filhas para o botim em troca de cargos e aprovações. Conheço meia dúzia deles. Alguns foram até humilhados, como se fora possível essa canalha sentir alguma vergonha. Já são uns humilhados, já nasceram infames, degradadas, imortalizados e amoralizados, amortalhados na miséria da existência, terrivelmente desavergonhados como se impermeabilizados de sãos ensinamentos, pelos seus “benfeitores”.
          Esquecemos de ensinar a moral, a decência, o respeito, a vida regrada e disciplinada porque os apelos de uma sociedade licenciosa, a política suja e imoral, os juízes corrompidos por vencimentos fora das realidades, se entregaram a um festival de degradações e imoralidades sem que surja alguém de poder para dar um basta em tal situação. Homens sérios e decentes são preteridos para cargos pelo fato de terem as mãos limpas e imaculadas.
          Meus filhos vibram com minhas histórias, me parabenizam e se dizem orgulhosos com os pais. Existem muitas outras que envolve vida ilibada e inatacável. Mas, custa muito. Vida decente exige sacrifícios terríveis, renúncias e fé em Jesus. E, muitas vezes você se vê trocado por uma desgraça que não possui nada de mínimo de mérito.
         Ia esquecendo. Meus filhos são todos CRENTES NO SENHOR JESUS, COMO OS PAIS. “Somos, considerados pelo mundo, simples rebotalhos”, loucos, desocupados, tolos a pregar e a ensinar a vida eterna em Cristos Jesus.

        Mas somos assim.

MUNDO INFAME DA BAJULAÇÃO.

                        
        Jamais pensei que não conhecesse o mundo. Minha velhice esclarecida chegou numa hora em que nos permite a comunicação, viajar pelo mundo, mergulhar nas almas e conhecer cada vez mais o recôndito e o mais profundo dos corações humanos.
      A humanidade é uma ferida
      Uma ferida lacerante, imunda, pútrida e em fase aguda e adiantada de decomposição. Aqui, fica bem claro, é a decomposição humana, moral e social.
      As pessoas aprenderam a bajular as mais poderosas numa escala que vai do vendedor de quebra-queixo da esquina ao dono da mercearia. Se o sujeito vende fiado ao sem dinheiro, ele é um bom homem, boa pessoa, sujeito que gosta de servir. Se o sujeito é prefeito, pode roubar os cofres públicos, pode ter até dado sua mulher numa roda de amigos, que ele será o poderoso e respeitado. Detém o poder.
       Se o sujeito acumula, mesmo roubando e furtando escancaradamente, ele passa a ser conhecido por ser empreendedor. Todos fazem vistas grossas para aclamá-lo grande vencedor, grande empreendedor, enquanto os circunstantes não inquirem nem desejam saber como ele adquiriu tamanha fortuna. Todos se enganam a dizer: foi pelo trabalho, pelo suor do rosto.
      O Brasil se especializou na infâmia, na degradação, na bajulação. Você conhece algum sujeito, tipo, por exemplo, ministros que não tenham visitado ou peregrinado por cada gabinete dos poderosos? O mérito não é visto, e, ninguém jamais conseguirá, unicamente, pelo mérito, alcançar objetivos sadios, se não der a filha para dormir e se prostituir com o governador, com o milionário enquanto faz vistas grossas, se ele souber fazer um pouco mais e ficar de quatro, pode sair garantido governador de algum estado do Brasil.
       Para se tornar ministro não será preciso deter conhecimentos nem reputação, ilibada, ou moral, basta fazer fila, beijar as mãos do poderoso e, pronto, vira ministro de qualquer dos podres poderes do Brasil.
    A bajulação virou uma praga, os homens no Brasil se apequenaram, e, se avantajam diante dos menos afortunados, porquanto aprendem a infame arte de serem capachos. Desde cedo, sem pudores e sem a mínima contrição ao credo da decência, banalizando e aceitando em seus corpos a ausência de pudor e decência.
     Basta o sujeito saber esticar a mão na hora certa, a pessoa certa e o poderoso certo, Dar a filha e virar a cara num faz de contas que não sabe, nem nunca soube, a filha ou a mulher, vai lá, dorme com o poderoso e o pai ou o irmão aparecem desembargadores, ou em altos empregos públicos, ou em altos cargos comissionados. Os empregos aonde os ganhos são altos, os altos salários e vencimentos, não contemplam concursos nem vitoriosos, mas aquele que foi indicado, o que tem o pistolão e o que a mamãe foi se ofertar.
      Basta olhar a cara e o porte dos aprovados. No País, atualmente as mais belas e lindas mulheres valiosíssimos, cuja moeda tem sido a cama, o sofá, o motel. A modelo, a atriz de novela, a de cinema, se não fizer o percurso com o diretor ou o produtor, jamais alcançará o estrelato.
      O sujeito por mais medíocre, ladrão e salafrário que seja, quando chega ao poder passa a receber uma carga de bajulação tão grande que desvanece, recebe elogios e o reconhecimento de que subiu e galgou a situação puramente pelos seus ricos dotes morais e meios pessoais morais e decentes.
      O aflito e trabalhador independente, o homem sério e “anti social” nunca é visto, nunca alcança nada de muito valor porque não soube entregar mulher e filhas em troca de cargos e benesses, nem soube bajular vagabundos parasitas, descarados e amorais que souberam bajular e se arrastar como os mais infames dos invertebrados morais.
      Você já viu um homem decente ocupar um rico cargo, desses que pagam a peso de ouro, quando e se não vive metido a bajular os poderosos?
     Cala a boca infame que você aí está, mas       ‘ não pelo mérito pessoal, mas porque você soube se desdobrar na mais infame prostituta moral. Um invertebrado moral.
     Se você não aprendeu a bajular, então se prepare para viver a sua pobre e decente existência com um salário de merreca, uma pobre aposentadoria.
     Mas tem uma recompensa impagável. Você sempre olhará com a cabeça erguida.
     Os capachos e infames, não.